segunda-feira, 16 de abril de 2012

Dicas para uso do LEI.

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Quando falamos em pesquisa, principalmente em sala de aula, a primeira opção ainda remete ao material impresso, ou seja, livros e enciclopédias.
                                                                                             
Realmente esse é o início. Devemos ensinar as crianças a pesquisarem com o uso desses suportes, contudo devemos entender que a internet é uma realidade e, em algum tempo, todos os livros serão digitalizados (o que não exclui a versão impressa dos mesmos).  


Além disso, a importância da internet e de seu conteúdo não deve ser menosprezada, pois é provável que, quando essa geração entrar no mercado de trabalho, precise disso para manter seus empregos assim como de ar para sobreviver.

Levando esse cenário em consideração, temos que repensar junto aos alunos algumas práticas de pesquisa e redefinir o papel do professor durante esse processo. Para essa reflexão, elaboramos um guia básico que o ajudará a trabalhar com essa poderosa ferramenta de maneira a ensinar os alunos a buscar, selecionar, compreender e sintetizar as informações de acordo com o que procuram e também a construír seu próprio conhecimento através da rede.

A seguir, apresentaremos algumas situações corriqueiras durante o processo de pesquisa na Internet. Para cada situação, disponibilizamos uma sugestão para ajudá-lo a guiar seus alunos para um melhor resultado.
Situação 1 – Quando alunos realizam pesquisa escolar com auxílio de uma ferramenta de busca, geralmente param no primeiro resultado que aborda o assunto e utilizam o conteúdo sem checar a credibilidade da fonte ou do conteúdo oferecido.

Sugestão – Para a maior parte dos professores, sabendo que as crianças lidam com a tecnologia cada vez mais cedo e de forma muito proprietária, parece natural que pesquisar na internet faça parte das habilidades dos “nativos digitais”. No entanto, da mesma forma que ensinamos a pesquisar com o suporte do material impresso, o mesmo deve ocorrer na Internet. Devemos esclarecer ao aluno alguns fatores que são próprios da rede e que não fazem parte do universo da pesquisa em livros. O primeiro desses fatores é a democracia. Qualquer um pode publicar o que quiser na web, diferente dos livros, onde só é publicado quem tem credencial. Essa democracia faz com que existam conteúdos incorretos, incompletos ou completamente questionáveis. Outra coisa que deve ser explicada é a abordagem dos assuntos segundo o ponto de vista daqueles que os escrevem. Dificilmente existirão conteúdos imparciais na web.
O ponto mais importante é ensiná-los a comparar os resultados de vários sites. Todos dizem a mesma coisa? As datas (no caso de uma pesquisa histórica) são as mesmas? Existe um site mais completo que outros ou todos se completam?

Situação 2 – Os alunos tendem a achar que sites não comerciais como os .gov ou .org tem informações mais confiáveis, ou seja, checam a credibilidade pela extensão do endereço.


Sugestão – Para essa situação é importante que saibam que tipo de site é melhor para qual tipo de busca. Por exemplo: quero saber quantas pessoas existem em cada região do Brasil. Para esse tipo de informação devo consultar um site de instituto de pesquisa, tipo IBGE. Se quiser saber quantas pessoas pegaram dengue no Rio de Janeiro no ano passado, posso consultar o site do Ministério da Saúde. É ideal para essa situação que você navegue em sites governamentais, institucionais e prepare uma lista de endereços. Passe essa lista para eles e peça para que assinalem que tipo de informação acharam em cada endereço. Assim eles terão uma idéia de onde começar a buscar determinados dados. 

Situação 3 – Alguns alunos tendem a usar uma ou mais palavras chaves ligadas ao assunto pesquisado, sem levar em consideração o contexto em que querem abordar esse assunto.




Sugestão – Ensine-os a selecionar as palavras-chaves. Se quisermos pesquisar o movimento hippie no Brasil, que palavras podemos usar? Hippie+Brasil? Anos 60 + Brasil? Sim, podemos começar assim. Na medida em que forem lendo os conteúdos da busca, os alunos podem passar a considerar outras palavras chaves dependendo do contexto. Se a pesquisa tem seu enfoque na produção artística do movimento, o aluno pode alternar a palavra-chave para Tropicalismo. É importante que eles aprendam a ver os assuntos pesquisados de diversos ângulos. Para isso você pode propor um exercício divertido. Escolha um assunto de interesse da classe e peça para que eles pesquisem. Em vez de retornar um trabalho de pesquisa, eles terão que retornar as palavras-chave que usaram e avaliar os resultados ligados a elas. Quais palavras retornaram resultados melhores para o assunto proposto e em quais contextos? Depois os alunos devem comparar os resultados, com seu auxílio, e verificar quais palavras-chaves diferentes retornaram dados semelhantes.
Situação 4 – Os layouts bonitos e bem desenvolvidos dos sites são levados em conta na hora de avaliar a credibilidade. O mesmo acontece com a pesquisa de imagens. Quais imagens são reais e quais são montadas? Elas se inserem no contexto da pesquisa?

Sugestão – A pesquisa de imagens é tão importante quanto a pesquisa de conteúdo escrito. Se estou buscando uma foto de imigrantes do século passado, não é porque uma foto tem efeito de sépia (aquele amarelado antigo) que devo acreditar que a foto realmente pertence à época certa. A tecnologia possibilita uma série de efeitos, e os alunos devem estar conscientes disso. A sugestão para essa situação fica por conta do esclarecimento dessas possibilidades tecnológicas e da recomendação de procurar a mesma imagem em fontes diferentes para checar se todas acusam a mesma legenda.

Situação 5 – Como na pesquisa em materiais impressos onde pode-se usar diversas fontes, o aluno deve aprender a interpretar os dados que está coletando e como aproveitar esses dados. Os alunos podem ter dificuldades de transformar tabelas em texto e vice-versa ou textos em imagens ou vídeos. Também podem apresentar dificuldades em sintetizar conteúdos de várias fontes em um único texto.

Sugestão – Para essa situação, recomendamos um trabalho online ou offline, ou seja, não precisa ser com o uso do computador. Apresente para a classe notícias que contenham imagens, texto e tabelas. Separe a classe em grupos e peça para que cada grupo reescreva uma matéria diferente, sem imagens e sem  tabelas. No entanto, a notícia deve estar completa. Os dados da tabela devem constar da notícia reescrita.
Após essa primeira etapa, troque as notícias reescritas entre os grupos. Sem ver a notícia original, os grupos tentarão reescrever a notícia recebida, inserindo gráficos e imagems (desenhados a mão e de forma tosca mesmo). Aqui o que vale não é a plasticidade, mas a esquematização do conteúdo. Ao fim do exercício, mostre as notícias originais para os grupos e peça para que os alunos auto-avaliem sua produção.

Situação 6 – Quando uma pesquisa é realizada em diversos livros, o aluno deve aprender a assinalar a bibliografia. Quando pedimos a fonte das pesquisas realizadas na web, eles completam apenas com a palavra INTERNET na maior parte dos casos.

Sugestão - Apresente aos alunos o conceito de webgrafia e como inseri-la de forma correta em seus trabalhos.


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